quarta-feira, 14 de julho de 2010

O choro sincero de uma criança!

Correria, canseira, estresses, problemas a serem resolvidos por minuto e muitas outras coisas que talvez qualquer um gostaria de estar longe em um período de férias. Mas eu e outros tantos doidos resolvemos passar por tudo isso afim de organizarmos um bom acampamento para um grupo pequeno de juvenis. Entre os dias 8 e 11 de Julho estivemos lá cuidando dos filhos dos outros, enquanto os outros descansavam em casa. Foi como um dos país me falou ao findar do acampamento.- Minha semana foi calma e tranquila, bem diferente da sua...  A voz rouca, o corpo doendo, olheiras ocupando a maior parte da face e um sono interminável. Esse era o retrato de todos os que estavam ali trabalhando para que tudo acontecesse da melhor forma possível, enquanto você se pergunta porque alguém resolve fazer isso sem receber nada em troca, aliás pagando para poder estar lá.

Não saberei responder com palavras, mas posso relatar uma ou duas experiências, dentre as tantas que tivemos, que faz falar cada dor em cada pedaço do corpo e falta de voz. Uma delas foi durante uma brincadeira bem simples que consistia em atravessas por cima da piscina segurando em uma corda. Alguns já se posicionaram na fila aguardando ansiosos a vez de tentarem a travessia enquanto outros fugiam sorrateiramente na esperança de nã precisarem passar pela corda. E um pequeno grupo de meninas, das mais novas, choravam, simplesmente choravam. Nem bem a brincadeira foi explicada e o primeiro a tentar agarrava forte a corda elas já estavam com os olhos vermelhos e lágrimas correndo pelo rosto. A brincadeira foi acontecendo e chegou então a vez de uma das "meninas choronas" tentar. Um dos líderes olhou nos olhos dela e falou - Você não precisa conseguir, apenas olhe para mim o tempo todo que eu estarei te dando força. E lá foi a menina, e no momento mais difícil da travessia ela olhou para o líder, ele incentivando bastante, ela tentou ir um pouco mais e caiu.

O que tem de mais esta experiência? Você pode está se perguntando. Bem, ela saiu da piscina, abraçou aquele incentivador com um bom sorriso pois havia superado o medo. O medo da frustração, o medo de machucar, de ser envergonhado.... Quantos medos passou por aquela cabeça ainda tão jovem, e quantos foram superados naquele momento? Em outras atividade de maior ou menor dificuldade pude ver aquela menina participando, pulando, rindo e se divertindo, ela venceu os vários medos que surgiram naquele momento. Nada nem dinheiro nenhum no mundo paga a alegria de ver uma pessoinha vencendo os seus medos. Medo de participar de uma brincadeira pode parecer aos mais velhos, que já fazem parte do mundo adulto, parece bobo. Mas os sentimentos dela eram muito reais e verdadeiros, e ela aprendeu a vencer.

... Tire as várias lições que está experiência simples pode te dar... Para cada um ela vai trazer um grande aprendizado. A única coisa que eu quero ressaltar aqui é que ela chorou! Sim, caso ela não tivesse externado os seus sentimentos provavelmente não teria conseguido ajuda e incentivos para supera-los. Os mais velhos, como nós, aprendemos a manter cada um desses traumas e inseguranças bem guardados dentro de nós e nos esquecemos que Jesus falou:

"Felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará" Mt 5:4 NTLH


Existem várias outras lições e aprendizados, mas o choro sincero daquela criança me fez refletir quantas lágrimas alguém não derramou, e por isso não pode seguir em frente.


2 comentários:

Alexandre disse...

Muito bom Leandro. Parece que a brincadeira da corda foi o grande momento do acampamento. Meu filho disse que ela tinha 5 metros e que ele quase conseguir ("quase, faltou um tantinho assim", foi o que ele disso mostrando dois dedos próximos).

Ele gostou muito e tenho certeza que as demais crianças gostaram também.

Um abraço,

Um dos "outros"

Anônimo disse...

Leandro,
Quando servi o exército em 1972, estavamos treinando para ir ao Araguaia e um dos treinamentos era atravessar o riacho "joão leite" em cima de uma única corda com fuzil, mochila e todas as tranqueiras de combate e mais, havia muitos tiros de fuzil, metralhadoras e balas por todo lado. Imagina, na mimha hora de atravessar me deu um medo tão grande que quase não fui. Lá tinha lideres incentivando, que são os sargentos oficiais etc. e quem não passasse era punido. Moral da história venci e passei sem cair, outros cairam, um fuzil tá perdido lá até hoje, mas o medo faz parte de nossas vidas em qualquer idade, mas vencê-lo é uma tarefa importante para o nosso crescimento. Que Deus abençoe a todos que tentaram atravessar e que vocês continuem com este trabalho maravilho de servir a Deus servido ao próximo (as crianças). Um beijo do Papai Waldir