segunda-feira, 5 de abril de 2010

Não posso me calar!

Algumas vezes eu acompanho o pastor da igreja em que congrego quando ele vai pregar fora. Observo tudo ao meu redor, afinal eu estarei com a missão de vender os livros produzidos por ele e pela mãe dele então é importante perceber a reação das pessoas durante a palavra para usar os pontos fortes dos livros e poder assim abençoar os irmãos em suas necessidades, que é objetivo do pastor ao escrever os livros. E durante as palavras ele conta várias das histórias de loucuras que foram feitas na igreja em nome de Jesus. Uma que eu vejo que sempre impressiona as pessoas é quando ele conta de um assalto que ele interrompeu afim de livrar o irmão da igreja que já estava para tirar as calças e entregar ao bandido. Não só o assaltante devolveu as coisas do irmão da igreja como foi ao culto no dia seguinte. Aquele rapaz entregou a vida a Jesus naquele fim de semana, abandonou a vida de ladrão e deu seu primeiros passos na vida cristã, três meses depois ele estava comendo um sanduíche na beira da avenida e um carro desgovernado o atropelou e bateu contra a lanchonete, aquele ex-bandido morreu e a lanchonete está amassada e fechada até hoje, isso já faz uns cinco anos eu acho. 

Uma história que choca pela tristeza e pela alegria, um jovem morrer é muito ruim, mas ele foi para a glória e está junto de Deus agora, bem melhor que nós por sinal. O mais impactante nesta história é que muitos de nós, e percebo claramente isto na reação das pessoas, não teríamos interrompido aquele assalto e se dependesse de nós ele teria morrido como bandido e estaria no inferno. O evangelho não pode parar e para que ele não pare nós temos que seguir adiante pregando e falando em qualquer hora, tempo e lugar e essa história real nos motiva a não pararmos e também a refletir o quanto de ousadia nós temos para divulgar a mensagem de Jesus.

A prudência humana e a nossa reputação faz com que nos calemos nas mais diversas situações. Mas Deus nos dá Espírito de ousadia para falar, não de covardia. 

"Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação."
                                                                                                               II Tm 1:7

A covardia, ou timidez não vem de Deus. Ele nos dá poder para falar de seu amor, Cristo escolheu a nós para anunciarmos as boas novas, coisa que os anjos gostariam de fazer mas não podem, nós podemos. Conheço pessoas e já ouvi histórias de gente que fez as maiores loucuras por amor, e se você não fez uma com certeza conhece alguém que fez. Pessoas que não temeram o que os outros iam pensar, se ia machucar ou parecer que estavam roubando alguém mas foram adiante e fizeram serenatas, viajaram quilômetros, pularam muros, enfrentaram pais enraivecidos, dobraram carga de trabalho para poder comprar um presente para a pessoa amada... e você com certeza tem mais uns quinhentos exemplos de loucos apaixonados e essas histórias nos são divertidas e emocionantes. Mas parar tudo e falar de Jesus para a pessoa que trabalha sentada do nosso lado exige muito, é difícil e pode nos fazer parecer fanáticos chatos que não tem outro assunto, é melhor pensar bem na hora de falar.

Atire a primeira pedra quem nunca pesou isso! Se viu travado diante de uma situação em que sabia exatamente que precisava falar o que Jesus fez por nós mas não falou por medo de ser rotulado como o crente? Quando eu tinha 16 anos eu estudava em uma escola com 64 alunos e passávamos 12 horas por dia juntos, e como bons adolescentes em pouco tempo nos tornamos uma grande família. Em Abril daquele ano, vai fazer dez anos esse mês mas eu não lembro o dia exatamente, um de nossos amigos morreu em um trágico acidente de bicicleta. Chorei com meus colegas, fui ao velório e pude ver o desespero de uma mãe sozinha que perdia o único filho, minha vida foi impactada naquele dia, percebi que não podia ficar calado porque em qualquer hora um amigo poderia morrer. Na semana seguinte criei coragem, preparei uma palavra e reuni com os amigos no intervalo, falei de Jesus para um grupo de mais de 20 colegas, o que dava um terço da escola. Desde então eu detesto perder oportunidades de falar de Jesus.

A partir daquele dia eu assumi um rótulo que carreguei comigo durante toda a minha vida acadêmica e levei também para a vida profissional: " O crente". Fui alvo de piadas e fui ridicularizado diversas vezes e hoje quando tenho contato com pessoas daquela época sempre ouço a mesma coisa: - Você fez tudo certo, eu deveria ter te escutado - não foram poucos os amigos de adolescência que guardaram a lembrança do crente. Mas poderia ter acontecido diferente, eu poderia ter me calado, como já tinha acontecido diversas vezes antes. Hoje a minha tristeza é que eu fui o ultimo aluno da escola a conversar com o nosso amigo na sexta feira, ele morreu no domingo, e eu não falei nada. Fiquei sabendo depois que ele até freqüentava uma igreja evangélica, o que me consolou um pouco, mas quando lembro do que aconteceu eu clamo ao Senhor para que Ele me de espírito de poder e não de covardia.

2 comentários:

Anônimo disse...

E aí grande problema! Tudo bem? Creio que vc já saiba quem está digitando...é o Roberto! Louvo a Deus por sua vida e seu amor ao Senhor Jesus! Seja sempre fiel a Ele! E continue escrevendo... glorificando o nome de Cristo. Gostei desse artigo! Não podemos perder tempo algum. Forte abraço. Roberto

Sararte disse...

O texto constrangeu em amor meu espírito!! Somos mais religiosos do que cristãos. Querendo agradar o homens desagradamos ao Senhor. Que o Senhor mude o meu coração! Gostei mto!! Pri - Brasilia